15 setembro 2011

aquele tecto vai cair.

Aquele tecto vai cair. A luz vai aparecer de manha.
Vai se ver o tecto caido nele que, coberto, sonhou ao som da ventoinha lenta e enferrujada, sem uma unica vez despertar. O medo é-lhe sombra sem rasto; a claridade, assertiva irmã.
Caminhante pesaroso, tropeça, cai a mínimo desvio.
Insípida a noção de si próprio faz dele sério desinteresse.
Infantilmente possuído pelo prometido e desejado, sua ternura paira agora desintegrada por rasgada ter sido com o embate sofrido nas escuras horas que antecederam a queda premiditada daquele tecto.
De pouca pretensão é o seu espírito imbuído na emoção que se alastra como de costume pelo seu corpo. O seu sono é observado por protecção, as suas pálpebras inquietas a imaginação despertam de quem tanto tem para descobrir ainda daquele ameno corpo adormecido. Por tenra intuição os delineados olhos não desviam a sua atenção e decidem-se no seu peito deitado encostar.
Este tecto vai cair, pensou, torneando o umbigo amado com o seu indicador, como que procurando caminhos para o interior daquele corpo deitado em baixo de si. A luz presenteou-se e no seu peito inanimado espreitavam, sob os escombros, os olhos mais belos que alguma vez se aproximaram do sério desinteresse, desprovidos de qualquer vida, em cima do seu corpo, repousavam com o maior respeito.

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